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Acre tem quase 10 mil pacientes em tratamento contra hepatites e reforça campanha


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Quase quatro mil pacientes estão em tratamento contra a hepatite B no Acre. O dado foi divulgado pela Divisão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (DISTs) durante o bate-papo do G1, nesta quarta-feira (17). Ao todo, o estado acreano tem quase 10 mil pacientes em tratamento contra algum tipo de hepatite.

A capital acreana, Rio Branco, é que obtém mais números das doenças por ser o local onde o tratamento é concentrado. Logo em seguida aparecem as cidades de Sena Madureira, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, no interior do estado.

O tratamento é feito no Serviço de Assistência Especializada (SAE), que funciona no Hospital das Clínicas, em Rio Branco. No mês de julho, a Saúde devolve a campanha Julho Amarelo, que visa alertar a população para os sintomas e prevenção da doença.

“Esse mês é de chamamento, mas essa prevenção e promoção são diárias nas unidades básicas de saúde com palestras, disponibilização do preservativo masculino, feminino e lubrificantes, que são liberados pelo Ministério da Saúde. Falamos que prevenção tem que tocar na mente e coração das pessoas porque é individual. A pessoa precisa ter o interesse de saber o seu estado sorológico”, explicou a gerente de Divisão de ISTs Maria do Carmo.

Dados

Ainda segundo Maria do Carmo, no estado há quase dez mil pessoas em tratamento contra algum tipo de hepatite. São 3,9 mil em tratamento com hepatite B; 1,3 mil pacientes com B e Delta e 4,4 mil pessoas em tratamento contra a hepatite C.

“O diagnóstico precoce é muito importante. Por se tratar de uma doença silenciosa, o Ministério da Saúde, e é um dos motivos dessa campanha, quer ampliar a questão do diagnóstico precoce. Por isso, estamos ofertando a testagem rápida e expandimos para a atenção básica. Hoje, qualquer usuário do SUS pode buscar uma unidade básica que terá o direito de realizar esse exame”, complementou.

Equipe esteve no bate-papo do G1 para falar sobre ações de prevenção contra as hepatites — Foto: Reprodução

Equipe esteve no bate-papo do G1 para falar sobre ações de prevenção contra as hepatites — Foto: Reprodução

Segundo do Carmo, as cidades que registram mais números são regiões onde as pessoas transitam bastante. Ela explicou que no interior do estado é comum encontrar pacientes tanto com HIV, como hepatite B e Delta.

“As pessoas transitam muito e se relacionam muito. Hoje aumentou essa questão da troca. Então, existe a opção do simpatizante, que aquele homem que é tanto hétero e bissexual, e tem uma relação eventual em que ele pode adquirir um desses vírus”, avaliou.

Sintomas

A infectologista Sirley Lobato explicou que nem toda hepatite apresenta sintomas, há algumas silenciosas como são os casos de hepatite C, B e Delta. No caso da C, o paciente só sente algo quando os sintomas estão avançados e em quadro de cirrose. Ela acrescentou que os pacientes costumam descobrir durante doação de sangue ou quando fazer exames.

“Hepatite é uma inflamação do fígado e temos as virais, que são A, B, C e Delta, e mais comuns pra gente. A hepatite aguda, que é mais observada na A e dá mais em criança, pode ter sintomas como urina escura e o olho amarelo. [Nas demais] maioria dos pacientes não sente nada, que chamamos de hepatite crônica. Os vírus que dão esse tipo é a hepatite C, B e Delta”, acrescentou.

Sirley frisou que um dos objetos da campanha é também chamar as pessoas com mais de 40 anos para fazer o teste rápido para hepatite C. A infectologista ressaltou também que a hepatite B, com transmissão durante a relação sexual, tem vacina disponível e ainda previne contra o vírus da hepatite Delta e câncer de fígado.

“Com relação a hepatite C, temos uma medicação que é fantástica com 100% de cura, é uma das únicas hepatites que curam após tratamento e está disponibilizada pelo Ministério da Saúde. O teste rápido ainda é oferecido para hepatite B, C, HIV e Sífilis. Então, são quatro agravos que você pode tratar precocemente e viver bem”, avaliou.

Conforme a profissional, um dos principais empecilhos no combate e a prevenção são o preconceito e vergonha das pessoas.

“O que observamos no dia a dia é que as pessoas têm medo ou vergonha porque, infelizmente, tem o preconceito. Mas, como falo às vezes o preconceito é nosso, da própria pessoa. Tem que ter em mente que o diagnostico precoce pode mudar o histórico da vida”, aconselhou.

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